Sunday, August 21, 2005

MUSCULOS DO ABDOME
A parede abdominal é compreendida como constituída por uma parte anterior e lateral, portanto anterolateral e outra parte posterior.
A parte lateral é mais muscular que a anterior, que se apresenta em quase sua totalidade aponeurótica.
São revestidos por fascias
· Fascia Subcutânea
o Camada superficial- É o panículo adiposo(Fascia de Camper)
o Camada profunda- Lâmina membranosa ( Fascia de Scarpa)
· Fascia Profunda – fascia inominada
Mais superficialmente, entre o músculo e a pele encontramos uma camada subcutanea de tecido adiposo, que pode ser abundante, e mais profundamente encontramos também uma camada de tecido adiposo entre a fascia transversal e o peritôneo. Tem uma fascia superficial que reveste o músculo oblíquo externo e se continua com a fascia a fascia espermática externa no ligamento inguinal.
A- Antero laterais

a. Músculo Oblíquo Externo do Abdome



1. Maior e mais superficial dos músculos do abdome.
2. É lateroventral
3. Parte lateral é muscular
4. Parte ventral é aponeurose
5. Tem origem nas oito costelas inferiores
6. Fascículos dirigem-se para baixo e ventralmente acabando na aponeurose que fixa anteriormente o músculo na linha alva.
7. Ação – Comprime o conteúdo abdominal auxiliando na defecação, micção, vomito parto e expiração forçada.
8. Aponeurose do oblíquo externo-
a. Recobre a parte ventral do abdome.
b. Suas fibras recobrem o reto abdominal
c. Se entrelaçam na linha mediana formando a linha alva, que vai do apêndice xifóide a sínfise púbica.
d. A porção mais cranial da origem as fibras do peitoral maior
e. A porção mais caudal termina no ligamento inguinal.
f. Apresenta um orifício próximo a pube denominado anel inguinal superficial
g. Feixes que limitam o anel são chamados de pilares.
h. Por este anal passa o funículo espermático ou o ligamento redondo. .

b. Obliquo interno do abdome

1. É subjacente ao oblíquo externo sendo um músculo menor que este.
2. Tem origem na fascia toraco lombar e fibras da linha intermédia da crista ilíaca e fascia ilíaca e inserção nas cartilagens das três últimas costelas. As fibras que se originam crista ilíaca interimediária dirigem-se a linha alva, e na união com as fibras do transverso formam o tendão conjunto que se insere na pube.
3. As fibras mais baixas formam o músculo cremaster.

4. Ação- As mesmas do oblíquo interno.



c. Transverso do abdome-




1. É o mais interno
2. Tem origem em uma faixa que vai desde as seis últimas costelas até o terço lateral do ligamento inguinal .
3. Terminam em aponeurose que contribuem para a bainha do reto.
4. Sua fascia mais interna é chamada fascia transversalis.
d. Reto do abdome


1. Vem desde a face anterior da 5a.-7a. cartilagens costal e apêndice xifóide até a a crista e sínfise púbica inferiormente.
2. Constitui-se de dois feixes musculares longitudinais separados no meio pela linha alva.
3. São cruzados por faixas fibrosas chamadas intersecções tendíneas.
4. Ação – Flexão da coluna vertebral, torna tensa a parede abdominal e auxilia na compressão do conteúdo abdominal.
e. Piramidal
1. Músculo pequeno, sem função que vai da sínfise pubiana a linha alva
f. Linha alva e bainha do reto
1. Na parte superior do abdome a aponeurose do músculo oblíquo externo passa anteriormente ao reto do abdome até a linha alva. O aponeurose do transverso passa posteriormente ao músculo reto em direção a linha alva. A aponeurose do obliquo interno divide-se em duas, passando uma por traz ( que se funde com a aponeurose do transverso) outra pela frente do músculo reto( que se funde com a aponeurose do músculo oblíquo externo).
2. Na parte inferior do abdome as aponeuroses dos três músculos passam a frente do músculo reto.
3. O ponto em que todas as aponeuroses passam a ser anteriores ao reto do abdome é a linha arqueada.
4. Abaixo da linha arqueada apenas a fascia transversal passa atrás do músculo reto. Esta sobre o tecido pré peritoneal.
5. A linha alva é formada pela fusão das aponeuroses, no plano mediano.
g. Canal inguinal


1. Passagem oblíqua de 3 a 5 cm de dentro da cavidade abdominal para fora, contendo o funículo espermático no homem e o ligamento redondo na mulher, e também o nervo íleo inguinal.
2. Há um orifício em forma de fenda na fascia transversal, um pouco acima do ponto médio do ligamento inguinal. Chama-se anulo inguinal profundo.
3. Um canal percorre a parede abdominal inferior e medialmente. Emerge na aponeurose do m. oblíquo externo em outro orifício chamado anulo inguinal superficial.
h. Ligamento inguinal
1. É um espessamento na aponeurose do músculo oblíquo externo no ponto onde ele se estende da espinha ilíaca antero superior até o tubérculo da pube.

B- Posteriores
Formam a parede abdominal posterior que é composta, alem dos músculos abaixo pelos corpos e discos das vértebras lombares. Esta parede está totalmente revestida pelo peritôneo parietal e recebe o contacto dos órgãos vasos e nervos que são retroperitoniais.

a. Íleo psoas
i. parte lateral- ilíaco
ii. parte medial- psoas maior
b. Psoas menor
c. Quadrado lombar




PERITONEU

É uma serosa que recobre internamente toda a cavidade abdominal, inicialmente aderida a face interna da parede anterior do abdome e posteriormente se refletindo em direção as vísceras da cavidade para revesti-las intimamente. É portanto um dupla membrana, que delimita entre seus folhetos uma cavidade chamada cavidade peritoneal, que é em condições normais, com o abdome fechado, virtual e com uma pequena quantidade de líquido para evitar o atrito. Esta cavidade se torna real, quanto pela invasão por sangue, nos hemoperitôneos, ou pela invasão por pus, nas peritonites, ou pela introdução de ar,que é o pneumoperitôneo como acontece nas perfurações de vísceras ocas, nas aberturas cirúrgicas ou em exames radiológicos quando e injeta ar na cavidade deliberadamente, com finalidades diagnósticas.
Com relação ao peritoneu as vísceras abdominais podem ser:
1. Peritonizadas- Quando totalmente revestidas por peritoneu
2. Retroperitoneais- Quando localizadas por trás do peritoneu, portanto fora da cavidade peritoneal, tais como o, os rins, a aorta, etc.
3. Intraperitoneais.- É caso do ovário, que está dentro da cavidade peritoneal, local onde na mulher se abre a tuba uterina, que através comunicação com a cavidade uterina, cavidade vaginal, põe em contacto o interior da cavidade abdominal com e exterior. Por este motivo as infecções são mais freqüentes na mulher, que no homem, onde a cavidade peritoneal e é fechada
A reflexão do peritoneu da parede abdominal posterior em direção as vísceras, determinam as seguintes estruturas anatômicas:
1. ligamentos- São estruturas anatômicas formadas por reflexões peritoneais que ligam dois órgãos entre si. São exemplos, o ligamento falciforme do fígado, o ligamento redondo do fígado , ligamento largo do útero, o ligamento umbelical mediano, o ligamento lieno-renal etc.
2. mesos- fixam o intestino delgado e o intestino grosso na parede abdominal posterior através uma dupla camada serosa, no interior da qual existe tecido adiposo envolvendo vasos sanguineos, nervos e linfáticos. Envolvem totalmente a alça intestinal. São os seguintes:
a. Do intestino delgado:
i. Mesentério
b. Do intestino grosso e outros órgãos
i. Mesocolon transverso
1. Divide a cavidade peritoneal em dois andares:
a. Andar supramesocólico
b. Andar inframesocólico
ii. Mesocolon sigmóide
iii. Mesoapêncice
iv. Mesoovário
Os mesos delimitam várias cavidades entre suas repflexões, de importância cirúrgica, visto que é para estes locais que drenam as secreções sanguineas e purulentas quando existentes: alguns destes espaços são:
1. espaço útero vesical- entre o útero e a bexiga na mulher
2. espaço retro-vesical- entre a bexiga e o reto no homem
3. espaço retro uterino- entre o útero e o reto na mulher
4. recesso sub frênico
5. recesso sub-hepático
6. sulcos paracólicos
3. omentos- São expansões livres de serosas abdominais que se projetam dentro da cavidade peritoneal, com a bem determinada propriedade de delimitar, áreas de infecções intra-abdominais, bloqueando-as para impedir disseminação.
a. Omento menor- Vem do serosa que reveste o fígado e se continua em direção ao estômago, contendo em seu interior os vasos sanguineos, nervos e linfáticos da curvatura menor do estômago, e finalmente recobre a face anterior e posterior deste último. É também denominado ligamento gastro-hepático, sendo que se reserva a denominação de ligamento gastro-duodenal para seu bordo direito, que contém a artéria hepática, a veia porte e o ducto colédoco.
b. Omento maior- Chamado vulgarmente de “véu das tripas”, começa na borda da grande curvatura do estômago e prossegue até a inserção no cólon transverso. É denominado neste percurso de ligamento gastro-cólico. A partir daí se reflete em direção a toda cavidade peritoneal, cobrindo praticamente todas as vísceras abdominais.
Além da função de proteção aos órgão internos da cavidade abdominal contra agressões, além de sua função fixadora destes órgãos á cavidade abdominal oferecendo-lhes capacidade para se mobilizar, alem do fato de envolverem em suas lâminas os linfáticos, nervos e vasos sanguineos, ele ainda pode servir para admistração de líquidos e medicamentos.